...os pequnos zumbidores que picavam, picavam sempre, sem parar.
sábado, 10 de outubro de 2009
...os pequnos zumbidores que picavam, picavam sempre, sem parar.
sábado, 15 de agosto de 2009
quinta-feira, 23 de julho de 2009
+19 +1 -1 ?
sexta-feira, 17 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Perco-me por sempre que te encontro. E por fôlego no peito jazo, por isso, agora ao sol-pôr, desistida de procurar, conhecer, saber; mitigarei o meu respirar se de mim, abandonares e fabulares que de ti, atenta; o silêncio das minhas palavras, somente quedadas, absortas, vão proferindo taciturnamente todos os meus olhares emudecidos e desabafados.
A verdade é que eu não estou bem, duelo todos os dias ao acordar e ao deitar com um monstro dentro de mim, uma desilusão que faz parte da vida tão humana; aceitá-la significar por fim, admitir que tudo isto, esta pseudorealidade na qual deambulo e inquiro não passou de mais nada que um singelo mas axiomático fracasso. Aceitar esta aberração que tenho no meu pensar e sentir significa o fim – e apesar de todos enaltecerem que sou dramática (e eu sabe-lo num nível mais elevado) –, custa saber que ninguém percebe isso. Os que percebem, poucos, essenciais ao meu ser, tentam com esforços imanentes animar-me com sorrisos, abraços, presenças, existências. Mas por desalento, admito que não redime os meus agouros como algo que melifluamente passa à história, embora esboce sempre, mesmo que momentaneamente, um sorriso. Não obstante, eu não esqueço o que as pessoas me dizem: cada palavra, cada olhar, respirar, bocejar e acho que isso é um dos meus maiores defeitos (entre tantos outros) que por ligar facilmente a assuntos pequenos, me firo facilmente com o mundo exterior, e acho que é isso que na maioria fulmina isto, o que se passa dentro de mim. Tudo o que fazemos é motivado por razões extrínsecas a nós, mesmo que digamos que seja por um intuito intrínseco, acho que é culminado, forçado por razões exteriores (eu sempre disse que os outros são o único caminho para melhor nos conhecermos e melhorarmos); pelo menos os meus medos são todos variações do meu mundo orbital. E um dia, tão cedo como agora, sei que tudo vai acabar, este meu fracasso é por fim um dogma, e verei tudo a ir-se embora, por me ferir a mim e aos outros. Ver que tudo – não o que construí, pois isso já ruíra – jaza afastado, sem conseguir perceber porquê – e sem conseguir perguntar –, mas, afinal, diz-se que é a lei da vida (da sociedade, e da mente). Pois mal, é como eu disse, isso faz de mim uma fracassada da vida porque na única última oportunidade tudo se escapuliu fugazmente, e as memórias – a única coisa que realmente temos – é uma porta para uma dor eterna, porque no fim, somos sempre todos esquecidos, abandonados com lágrimas de ópio. Em fim, este monstro que um dia debatera em terras passadas, controla a verdade: que todas as pessoas que nos são essenciais (de uma forma ou de outra) vão embora, descaradamente (sem saberem), num silêncio sem nunca saberem que a mim foram fulcrais e sem lhes poder dizer (de modo a que percebam) que o foram. É isto.
domingo, 12 de abril de 2009
Estou num embaraço de situações às quais nunca me quis confinar.
Sempre vivi no meu cantinho dos sonhos, mesmo à berma a sociedade, no limite ( daí talvez a minha instabilidade ) da realidade, onde, se me fazia sofrer, bastava saltar a linha (aquela ténue linha invisível que acabou por me estrangular) e todos os problemas eram esquecidos, postos de lado. Neste mundo de oneiromanias, podia transformar as pessoas à minha maneira: a escárnia; o ódio; a amizade e todos aqueles sentimentos que mesmo considerados bons ou maus se cravam no meu coração incessantemente. Ora, com tanta dor, ficamos viciados na mesma, escondida por detrás daquilo que são as minhas oneiromanias, agimos como se nada fosse e, teimosamente, todas as pessoas esperam que sejamos quem éramos. Não há mal nenhum nisto, mas o facto é que cansa. E cansa ainda mais não haver ninguém para reparar no nosso esforço de continuarmos a teimosamente sermos quem acostumamos ser para nao termos que ouvir as incessantes e corridas perguntas de bem estar, ou a marginalizarem-nos (e auto-marginalizarmo-nos) de tal modo que confinamo-nos a um canto em que não temos paciência nem para nós nem para os outros, e daqui ressaltam aqueles olhares de preocupadamente despreocupados. Aos olhos disto, como posso eu ter um momento para estar minimamente cansada da minha vida pessoal; da minha extra pessoal (a vida que me incutem); das minhas oneiromanias; da escola, das pessoas, em suma, de mim. Estou no limiar a tentar saltar, e de um lado tenho um fio, o fio que me liga a este mundo crasso (mas o único caminho para a felicidade-ou aquilo que consideram felicidade), e ter tantos caminhos de já tanto fio a ligar-me aos sonhos, caminhos estes que cada vez me tive que isolar; lá ficaram. como uma marca de que o passado nunca esquece. caminhos estes, onde caio sempre e me estrangulam, talvez não me querem deixar sair-uma auto-defesa pseudo-psicológica. Mas tenho tanta pena, porque o mundo não espera ninguém. E eu só sei esperar, talvez por ser tão irritantemente passiva no que toca a sentir. Sentir na escuridão e esperar por qualquer oportunidade. Mas sempre que a há, só vejo aquilo que nunca quis reter e voltar a ter. Um novo caminho para a oneiromania. E então, assim, socumbo-me às trevas e aos risos malévolos, a esperar que haja, um dia, quem nao se lembre de mim sem me ter esquecido. Talvez assim aprenda. E talvez seja por isto que te sorrio, com uma doce reminiscência a nada; não porque não te fui o ninguém que fui, mas porque apesar de ter caminhado a teu lado – o teu reflexo –, fiquei sempre na sombra dos meus sentimentos, os que não te soube sentir, dizer, e os que não soubeste existir – os teus dissentimentos. Hoje, e sempre que poder, sorrir-te-ei, agradecer-te-ei com um sorriso honesto – o sorriso que nunca verás –, não porque já não quero nada, o nada que já não tenho, mas porque sim, representaste em mim, sem nunca saberes e sentires, o direito que tive de andar na tua sombra brilhante, sempre na tua penumbra, não na tua tão ignorância, mas no teu silêncio – o que (te) amei verdadeiramente, a única coisa que realmente tivemos –, um sentimento que nunca soubeste, nem que eu existi.
Aprenderei eu o meu lugar e não sairei dos meus limites. Já sonhei demasiado. Não.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Herdei-o bastardo à minha Memória. Isto repetia-se na minha mente, incessante e meticulosamente, como as ondas do mar que batem fatais em sete e sete tempos. E isto repetia-se na minha mente, não pelo mar salgado que ia percorrendo só frio e azul pelas minhas pernas, nem me afundando a cada pé cada onda que menos do meu fatigante mar me ia avançando lassamente. E isto repetia-se na minha mente, não por gota de chuva que ia caindo languidamente, nem por pingo que ia jazendo pela areia verticalmente, nem por corpo meu indolente quedado às nuvens enfadonhamente, nem por sol meio adormentando meio suspirando um ocaso de só cerúleo poente. E isto repetia-se, só na minha mente: de herdeiro o tornei, de bastardo que é, ao meu pensamento e gentes e terras de minha Memória vilmente. De bastardo, tudo irá tendo, pois de sangue prenhe de mães e pais vão sendo diferentemente, pois que gentes de mãos sujas e olhares de descombino vão nadando à luz de quem tem envaidecendo em pouco nada ou em nada somente. E isto, ia-se repetindo assim pela minha mente, não longe do marulho indo afogando, nem da chuva indo gotejando também certamente. Essas mãos sujas de ventre sanguinolento que o vinham trazendo à vida, essas mesmíssimas que ainda o vão segurando por mundano, são somente e só elas que nos vão trazendo e desconhecendo. Essas mesmas imundas de glória e deleite, de folia de quem partilhara sangue em sangue novo, vão se limpando no turvo agora do meu mar densamente. E isto repetiu-se sempre novamente. Agora mergulhado pelo oceano que veio avançando ou afogando demoradamente, rescendo bolhas de ar cansado fugindo e brilhando no lençol estelante; muito inteiriçado, haja corpo indo lento até submerso e resfriado de sentir, haja Memória que foi vertendo com pupilas distendidas no sangue azul do mar. Se ele fora bastardo sendo, pois de certo devendo ter sido sempre, não por não tendo partilhado sangue de ventre nem prenhe mas sim vidas dissonas, agora fora eu me tornando bastarda também concretamente. E isto, findou por fim ou indo em fim na minha mente. Do mar que agora nos era uno, enfim, sujo e imundo de sangue turvo, indo eu olhando o céu estelífero não sendo mais que superfície diáfana do lençol do mar crespando, volvi-me ilegítimo a mim propriamente.
Afinal, o sangue que sempre nos separou era por fim a causa deste, fui-lhe entregando ou corrompendo degeneradamente, sempre ele pouco reconhecido, as minhas próprias Memórias tingidas em culpa dele inocente mas à culpa dele certamente. Pois jazo agora em mar translúcido e opaco desculpado enfim, por ver fim que não o meu e as memórias que nem as minhas, nem as de bastardo herdeiro.
sábado, 28 de março de 2009
Pois mal, uns tantos que desviam a atenção em soslaio ou piedade, vêm-me transpirada e dessentida, será por calafrio, será pelo que corre nas veias, meio frio, meio fervoroso, desejado de sair para alívio ardente do motor sangrento que corre tórpido. Pois é certeza de quem não a tem que asserto, não muito bem recordada (será resultado de trauma etéreo) no caminho de sentir, que os quantos que me vêm a passar vagada, dizem que ameaço suspirado, de testa crespa, olhos pesados e de cabeça rebaixada, o peso da alma a cada respiro Cruento.
segunda-feira, 23 de março de 2009
11. 03. 2009
quarta-feira, 18 de março de 2009
De tantas mãos contadas que levei hirtas à testa por ti, quando te encontro sem te procurar, esfrego os olhos e seco o nariz por almejar quedar-te num silêncio mudo. Pois nós, este tu e eu que simplesmente não existe, seremos, vespertinos, as lugubridades da manhã. E por me deixar respirar mais rápido, vivo num alento despercebido, mas são as horas como estas, em que se suspira frio que me relembro que nada, axiomático, irá ciciar alguma vez; e o tempo que se passeia sem se volver, tornará poeira este intervalo de mágoa fabulada, de ilusão mísera mas sagaz. No fim, ermo eu, resta-me admitir que, destinado tu, serás o livro que abro para escrever com desalento, sem querer nunca virar a página, olvidar.
terça-feira, 17 de março de 2009
Não têm de brilhar as chovidas calçadas pelas caminhadas ruas para que o sol de meio-dia seja fulgor e pensante. Nem a tua figura hirta, nem a minha bem desleixada. Não, não passamos mais do que jogos de reflexos e olhares espelhados, perdidos por passos e vidros, de lado a lado ou frente e espelho. Meras sombras que se perderão certamente por aqui e ali, nas tuas só silenciosas passadas.
Caminhemos somente, não haja nada mais como assim deverá ser sempre, caminhemos então, porque eu falo só para mim. Não me ouves nem sabes que sou, nem tens que ouvir nem ser, só ires caminhando por ti...