sábado, 15 de agosto de 2009


Em sala de madeira, em plateia de esquerda, de piano em mãos tilintadas, assola-se ao vazio da interioridade de um eco egoísta e nós, aqueles que murmuram de joelhos dobrados, em boca calada, queixo desleixado ou em olhos dançantes e sentados, pregamos ao vazio; o assombrar dos risos que sobrevivem aqui e ali e ao em ébano, também, são em prego ao nada de um sussurro. E nestes, estes dias, em que o sol se encadeia em tamanha lugubridade, ao som destas melodias em madeira, aprendemos que as idades de tamanha maturidade – na sua humildade crescida – em que a voz batida, se queda juvenil na assaz infelicidade; da caixa de madeira, tão fria e desacordada, por tudo, em tanto, em acorde com o sol e os murmúrios, se sente, por todos, em opaco. E hoje, só hoje, digo-vos a todos o adeus em nostalgias de despedida. A despedida da qual nunca me vou despedir, pois é para o eterno – porque de mim, apenas há em sentido e não em palavras, que a muda voz, singela, a pedir acudo, proclama, no vazio insípido de todos nós por hoje, só hoje, sentido. E a união, que nunca se uniu, sente-se num olhar momentâneo, débil, que, por um, dois estrados de tamanha finitude, alberga a imensidão dos sentimentos – de pessoas – por um momento que todos nos esquecemos, a um canto, de um dia, só um dia, em que se amou verdadeiramente, como o som ama o silêncio.

O regozijo, da vida e dos sonhos - da melodia da vida.


“I tried to stay away, you know, just in case. But I've come to realize we all have our place - time has a way to make it clear - and I have my role in this, I can't disappear.”